Os empregados do call center Concentrix Braga vão realizar uma manifestação na manhã desta quinta-feira, marchando em direção à Câmara Municipal de Braga para expressar a sua indignação sobre o rápido aumento de despedimentos que tem ocorrido desde o final do ano passado. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Call Center (STCC), mais de 100 empregados foram despedidos desde dezembro.
Em uma declaração, o STCC condenou os despedimentos em massa, criticando a Concentrix e as suas agências de emprego subcontratadas, Randstad e Manpower, pela falta de transparência. O sindicato está a exigir explicações claras sobre a estratégia da empresa e as razões por trás dos despedimentos.
“Total Incerteza” para os Trabalhadores
Falando ao JN, Nuno Geraldes, líder nacional do STCC, descreveu uma atmosfera tensa no local de trabalho, com novas listas de despedimentos a surgirem todas as segundas-feiras, afetando dezenas de empregados de cada vez. Observou que, embora os empregos em call centers normalmente experimentem algum nível de rotatividade, o ritmo atual é sem precedentes.
Geraldes também destacou que os despedimentos parecem estar a visar empregados que estão prestes a obter contratos permanentes após quatro anos de serviço. “Trabalho em call centers há 13 anos e nunca vi nada assim,” acrescentou.
Atualmente, a Concentrix Braga emprega cerca de 700 a 800 trabalhadores, embora os números permaneçam incertos devido a níveis de emprego flutuantes. O STCC solicitou números oficiais à empresa, mas a Concentrix ainda não respondeu a esses pedidos ou a inquéritos formais do sindicato.
Protesto pela Segurança no Trabalho
A manifestação está agendada para começar às 11h na quinta-feira, com os trabalhadores a reunirem-se em frente à estação de comboios de Braga, onde a Concentrix opera, antes de marcharem em direção à Câmara Municipal. O objetivo é exigir responsabilidade e instar a empresa a fornecer clareza sobre os seus planos futuros de força de trabalho.
Apesar das tentativas de contactar a Concentrix para comentar, o JN não recebeu resposta.