O Sindicato dos Trabalhadores das Comunicações e da Comunicação Audiovisual (STT) condenou um despedimento coletivo envolvendo oito trabalhadores na Nokia Portugal, levantando preocupações sobre a legalidade e as motivações por detrás do processo. A empresa ainda não respondeu aos pedidos de comentário.
Segundo o sindicato, os trabalhadores receberam avisos a indicar que seriam dispensados das suas funções — com remuneração — devido à alegada ausência de tarefas que pudessem executar. O STT argumenta que esta justificação é “falaciosa” e baseada numa “realidade virtual” contradita pela carga de trabalho real dos empregados.
O sindicato acusa a Nokia de estar a visar os funcionários que se opuseram à transferência de parte do negócio para a Capgemini, priorizando os interesses dos acionistas em detrimento dos direitos dos trabalhadores. O STT afirma que a situação representa uma “grave violação” do dever de proporcionar emprego efetivo e pediu uma reunião urgente com o departamento de recursos humanos da Nokia para interromper o processo.
O sindicato alerta que este despedimento poderia sinalizar uma reestruturação mais ampla por vir, especialmente se o pacote laboral proposto pelo governo avançar com regras mais favoráveis aos empregadores.
Este não é o primeiro despedimento em larga escala na Nokia Portugal. Em fevereiro de 2024, a empresa dispensou cerca de 140 trabalhadores, citando a necessidade de “redefinir a base de custos” para se adaptar a um ambiente macroeconómico difícil e manter-se competitiva.
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