Apesar de ter recebido bilhões em fundos estruturais da UE e 13,9 bilhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (RRP), Portugal ocupa consistentemente uma das últimas posições entre os países da UE em termos de níveis de investimento público em relação ao PIB — cerca de 2,1%, comparado à média da UE de 3%.
🔹 Questões-chave:
Dependência de Bruxelas: Os fundos da UE muitas vezes substituem os gastos nacionais em vez de os complementar.
- Baixa qualidade do investimento: Muitos projetos carecem de impacto transformador e refletem um planejamento deficiente (por exemplo, o projeto MetroBus).
- Sobre-centralização: Os governos locais controlam apenas cerca de 15% dos gastos subnacionais, limitando o impacto local.
Foco restrito: Embora projetos de clima, mobilidade e digitalização sejam priorizados (em linha com a política da UE), setores como justiça, habitação e capacidade produtiva continuam subfinanciados.
🔹 O resultado:
O investimento público é tratado como episódico e impulsionado externamente, em vez de ser visto como uma ferramenta política estratégica e de longo prazo. Portugal carece de planejamento consistente e execução eficiente, tornando-se vulnerável quando os fundos da UE se esgotam.
🔹 A escolha à frente:
Portugal deve continuar investindo apenas quando o dinheiro da UE estiver disponível, ou começar a ver o investimento público como uma estratégia económica central, financiada de forma estrutural, com foco na eficiência, transparência e diversidade regional.
A verdadeira questão não é quanto Portugal gasta — é quão bem gasta. Sem reforma, o país continuará a ter um desempenho económico abaixo do esperado e a depender de ajuda externa para financiar o seu futuro.