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Portugal lidera a digitalização de pontos de venda na Europa

Portugal tornou-se um dos líderes da Europa na digitalização de pontos de venda (POS) e pagamentos, segundo um novo estudo da Nuek. O país apresenta uma taxa de digitalização acima de 50% e uma forte presença no comércio eletrónico internacional (45%), superando a Itália (39%), Espanha (29%) e o Reino Unido (17%).

O estudo - “Aceitação de Pagamentos em Estabelecimentos” - inquiriu mais de 5.200 respondentes em Portugal, Espanha, Itália, Reino Unido e América Latina. Verificou-se que Portugal é o único país europeu onde mais de metade dos comerciantes aceita pagamentos através de SoftPOS (software de ponto de venda), integrando a funcionalidade de pagamento diretamente em smartphones.

Ainda assim, persistem barreiras, incluindo desalinhamento regulatório e um ecossistema fragmentado, que dificultam a plena adoção. A lacuna geracional também é evidente: apenas 13% dos maiores de 55 anos usaram SoftPOS, enquanto 42% desconhecem a sua existência. As preocupações comuns incluem uma preferência por outros métodos (28%), problemas técnicos (24%) e receios de segurança (24%).

“A aceitação de pagamentos digitais mudou de um modelo rígido e custoso para um flexível integrado em smartphones”, diz Jávier Rey, CEO da Nuek. O relatório também destaca que a adoção de pagamentos móveis atinge apenas 41% na Europa em comparação com 62% na América Latina.

Os pagamentos por subscrição são outra tendência crescente, com Portugal a liderar a Europa com uma taxa de penetração de 36%. Os débitos diretos permanecem o método de pagamento mais popular, impulsionados pela conveniência, rapidez e segurança.

Apesar do crescimento do comércio eletrónico, os pagamentos transfronteiriços ainda enfrentam obstáculos, desde custos ocultos até problemas de conversão de moeda. Mesmo assim, 53% dos consumidores portugueses compram online fora da UE - a segunda maior taxa depois da Itália.

“Portugal está a avançar na inovação de pagamentos, mas os hábitos tradicionais e os desafios regulatórios ainda retardam a plena adoção”, diz Miguel Simões, Diretor de Serviços Financeiros da Minsait Portugal.