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Impresa Acelera para Garantir Acordo com a MFE de Berlusconi para Salvar SIC e Expresso

A Impresa, o grupo de media controlado pela família Balsemão e proprietário da SIC e Expresso, está em conversações urgentes para trazer um novo acionista, com a MediaForEurope (MFE)-8 da Itália, fundada por Silvio Berlusconi, agora oficialmente confirmada como parceira de negociação. A situação financeira crítica da empresa, marcada por perdas históricas, erosão do capital e falta de liquidez, significa que um acordo deve ser alcançado nos próximos meses para evitar o colapso.

A urgência vem de uma cadeia financeira frágil: a SIC, a subsidiária lucrativa, está a contrair dívidas para pagar dividendos a montante para a Impresa SGPS, a holding cotada, que, por sua vez, não consegue cobrir nem mesmo os pagamentos de juros sem esses fundos. Em 2024, a Impresa SGPS registou uma perda consolidada de 66 milhões de euros, viu o capital desmoronar 37% para 93,8 milhões de euros e terminou o ano com apenas 0,03 euros em liquidez para cada euro de dívida a curto prazo.

A SIC, por seu lado, gerou 151 milhões de euros em receitas e 4,8 milhões de euros em lucro líquido, mas distribuiu 8,3 milhões de euros em dividendos - quase o dobro do seu lucro - financiados principalmente através de novos empréstimos. Este “círculo vicioso” deixou a SIC altamente endividada, com 10 euros de dívida para cada 1 euro de capital, e forçada a emitir obrigações de retalho dispendiosas a quase 6% de juro apenas para reestruturar dívidas anteriores.

A MFE, um gigante da media europeu com 2,95 mil milhões de euros em receitas e 137,9 milhões de euros em lucros em 2024, é agora vista como a tábua de salvação da Impresa. Para a família Balsemão, as opções estão a encolher: ou aceitam novo capital via venda de participações ou arriscam desencadear cláusulas que poderiam permitir aos bancos exigir o reembolso imediato de empréstimos.

De acordo com especulações de mercado, a MFE poderia comprar a SIC na totalidade, excluindo a Expresso, ou injetar capital na Impresa SGPS ou na holding Impreger, diluindo os acionistas existentes mas recapitalizando o grupo. Como o CEO Francisco Pedro Balsemão admitiu no início deste ano, “Se for uma relação ganha-ganha, não vamos fechar essa porta.” Agora, com as finanças a piorarem em 2025, essa porta está escancarada.