Thomas Hegel Gunther, CEO da Autoeuropa, enfatizou que os ganhos de produtividade são essenciais para Portugal e a Europa recuperarem competitividade no mercado automotivo global—particularmente à luz da forte concorrência da Ásia. Falando na Cimeira Mobi de Portugal, Gunther observou que, embora Portugal disponha de mão de obra qualificada e talento em engenharia, enfrenta uma desvantagem logística devido à sua localização periférica em relação aos mercados europeus central e norte.
Para contrariar isto, Gunther disse que Portugal deve “ser ainda mais competitivo do que outras regiões,” referindo fatores como custos de energia e de trabalho. Ele também defendeu um investimento e emprego sustentados da Volkswagen em Portugal, especialmente à medida que a fábrica de Palmela se prepara para produzir o novo modelo elétrico ID. every1 em 2027. Este projeto, com um preço em torno de €20,000, visa tornar a mobilidade elétrica mais acessível ao público em geral.
Gunther também apontou para o panorama político mais amplo, instando a UE a apoiar não apenas os grandes fabricantes de automóveis, mas também os muitos fornecedores pequenos e médios que são vitais para o ecossistema do setor. Apenas em Palmela, uma forte rede de fabricantes de componentes cresceu em torno da Autoeuropa.
Olhando para o futuro, Gunther disse que a indústria automóvel europeia está a passar pela sua maior transformação de sempre, enfrentando metas ambientais, digitalização e uma competição global cada vez mais intensa, especialmente por parte dos fabricantes de veículos elétricos chineses. Ele criticou a pesada regulamentação da Europa—particularmente a proibição de zonas de teste para veículos autónomos—e pediu melhores estruturas para permitir a inovação em IA e automação.
Apesar dos desafios, a VW está a investir mais de €200 milhões para descarbonizar as suas operações, incluindo um novo sistema de pintura que se espera reduzir as emissões em 90%. Gunther enfatizou que a sustentabilidade deve abranger toda a cadeia de valor, não apenas o produto final.
A conclusão: se a Europa e Portugal querem liderar na próxima era da mobilidade, terão de inovar mais rapidamente, reduzir a burocracia e aumentar a eficiência—ou arriscar ficar para trás.