Portugal foi inesperadamente excluído da lista de 18 países “aliados” isentos das novas restrições de exportação dos EUA sobre chips relacionados com IA (como as últimas GPUs da Nvidia). A decisão surpreendeu Lisboa e provocou uma onda de esforços diplomáticos e institucionais para revertê-la antes do fim da consulta pública em 15 de maio.
Por Que Portugal Está Sujeito a Restrições?
A questão principal são os laços estreitos de Portugal com a China:
- Investimentos chineses significativos em empresas estratégicas portuguesas (EDP, REN, Fidelidade, entre outras).
- Uma relação diplomática aquecida, incluindo a visita de Estado do Presidente Xi Jinping em 2018.
- Laços históricos com Macau, que os EUA tratam sob as mesmas restrições que a China continental.
- Apesar da proibição de Portugal à Huawei em redes 5G e do progresso na diretiva de cibersegurança NIS2 da UE, não foi suficiente para mudar a decisão inicial de Washington.
Por Que É Importante
Embora o volume real de importações de chips seja baixo, o dano reputacional é significativo.
“Quando um mapa da Europa mostra todos os países em verde, exceto Portugal, levanta perguntas,” disse Rui Oliveira, diretor do Centro Avançado de Computação do Minho.
As restrições também podem dificultar as chances de Portugal acolher uma das cinco Gigafábricas de IA planeadas pela Comissão Europeia, que exigiriam dezenas de milhares de chips.
O Que Vem a Seguir?
O governo português apresentou os seus argumentos contrários, enfatizando o seu alinhamento com a UE e a abertura à colaboração com os EUA. A decisão não é definitiva e pode ser revista — especialmente com uma nova administração dos EUA em funções. Por enquanto, todos os cenários permanecem em aberto.