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Desvio de Pessoal: O Atalho Tóxico que Está a Minar o Boom Tecnológico de Portugal

O setor tecnológico de Portugal está a prosperar. Em 2024, o mercado de TI atingiu €13,9 mil milhões, crescendo 6,9% graças a investimentos significativos em cloud, IA, automação e transformação digital. O número de consultoras tecnológicas e empresas de programação quase duplicou desde 2019, e mais de 124.000 profissionais agora trabalham na indústria.

Mas por baixo da superfície deste crescimento rápido reside uma tendência corrosiva: desvio de pessoal—o roubo calculado de profissionais de parceiros ou fornecedores, muitas vezes ignorando o esforço e o custo de recrutamento, formação e desenvolvimento.

À primeira vista, parece eficiente: acesso imediato a um funcionário totalmente integrado e de alto desempenho. Mas o dano a longo prazo é real. Erosiona a confiança, envenena as relações entre parceiros e promove um clima de desconfiança num ecossistema já estreitamente interligado.

Pior ainda, promove um modelo onde o talento já não é cultivado, mas simplesmente caçado. E no final, todos perdem—especialmente a sustentabilidade e a integridade do futuro tecnológico de Portugal.