Na conferência de inteligência artificial da Anacom, startups portuguesas destacaram como a regulamentação, longe de sufocar o progresso, está a moldar estratégias de inovação e modelos de negócios. Daniela Seixas, CEO da Tonic Easy Medical, afirmou que a pressão regulatória acelerou a maturidade da IA da empresa: “Sem isso, estaríamos dois anos atrasados em alcançar escala.” A Tonic lançou recentemente um co-piloto de IA para médicos ativo em cinco mercados de saúde europeus.
O CTO da Indie Campers, Rui Costa, sublinhou que a adoção de IA deve tornar-se universal. “A IA não será apenas para equipas de produto e tecnologia. Em cinco anos, temos de ser nativos em IA,” disse, enfatizando que a regulamentação pode tanto acelerar como inibir a inovação. Costa apontou para assimetrias globais, como dispositivos de tradução disponíveis nos EUA, mas bloqueados na Europa, onde poderiam transformar o turismo.
Outras empresas ecoaram a necessidade de antecipar o AI Act. Sebastião Villax da Defined.ai alertou para as interpretações divergentes na Europa e enfatizou o papel da empresa em fornecer dados de treino éticos.
Juntamente com a Sword Health, a startup voltou-se para o capital de risco dos EUA para impulsionar a expansão, enquanto a Indie Campers buscou um crescimento orgânico. Todas as quatro veem a IA a tornar-se uma função transversal, remodelando a forma como as equipas de marketing, operações, finanças e outros interagem com produtos e clientes.