A unidade fintech francesa Qonto provavelmente irá solicitar uma licença bancária completa dentro do próximo ano, revelou o CEO Alexandre Prot numa recente entrevista. Esta medida marca uma mudança estratégica, uma vez que a empresa, agora rentável e a servir 500.000 pequenos clientes empresariais em oito países europeus, está a preparar-se para expandir a sua gama de serviços financeiros.
Prot afirma que a licença — que provavelmente será solicitada em França, onde a Qonto já possui o seu estatuto de instituição de pagamento — permitirá à empresa oferecer empréstimos a mais longo prazo, produtos de poupança e investimento, e atender a PME maiores com até 50 funcionários. Isto é fundamental para alcançar a ambiciosa meta da Qonto de 2 milhões de clientes até 2030.
“Obter uma licença bancária permitir-nos-ia possuir mais da cadeia de valor,” explica Prot, referindo-se à recente mudança da empresa para processar transações com cartões internamente. Com a sua própria licença, a Qonto poderia operar de forma mais independente dos parceiros bancários, especialmente em áreas como pagamentos internacionais e linhas de crédito.
Estratégia de Angariação de Fundos e F&A
Apesar de ter angariado 486 milhões de euros em 2022, avaliando-se em 4,4 mil milhões de euros, a Qonto não tem planos imediatos de angariação de fundos. “Estamos a obter lucros, portanto não pretendemos angariar capital adicional,” diz Prot. A futura angariação de fundos apenas ocorreria para financiar um grande negócio de F&A, acrescenta.
A Qonto já fez duas aquisições — a Penta na Alemanha em 2022 (expansão geográfica) e a Regate em França em 2024 (expansão de produto/canal através de contabilistas). Prot afirma que a empresa está aberta a mais negócios para acelerar os seus objetivos.
IPO? Ainda Não
Embora a Qonto esteja a preparar-se lentamente para um potencial IPO, este não está no roteiro imediato. “Daqui a três, cinco anos, pode ser um IPO,” diz Prot. Para já, o foco está em construir, expandir e adquirir — não em listar.