A indústria espacial de Portugal dá um salto histórico com o lançamento do PoSat 2, o primeiro satélite comercial do país, desenvolvido pela startup LusoSpace. O satélite será lançado a bordo do foguete Falcon 9 da SpaceX na terça-feira, marcando um marco importante nas capacidades espaciais de Portugal.
O PoSat 2, uma homenagem ao primeiro satélite português PoSAT-1, fornecerá dados cruciais para o rastreio marítimo, com o objetivo de se tornar o “Waze dos oceanos.” Desenvolvido por Ivo Yves Vieira, CEO da LusoSpace, o satélite ajudará a localizar navios e possibilitará a comunicação oceânica.
Custando cerca de 1 milhão de euros, o satélite é parte da constelação ATON, um grupo de 12 microsatélites projetados para revolucionar a pesquisa oceânica. O PoSat 2 é o primeiro do seu tipo a ser lançado, e à medida que mais satélites forem implantados, permitirá a partilha de informações em tempo real entre a comunidade marítima—abrangendo posições, rotas, passageiros a bordo e perigos potenciais como derrames de petróleo ou pesca ilegal.
Embora as comunicações iniciais tenham um atraso de seis horas, a funcionalidade completa do GPS é esperada para o próximo ano com a conclusão da constelação ATON. Isso permitirá mensagens instantâneas entre embarcações e a identificação de navios previamente não mapeados.
Num movimento prático, a LusoSpace selecionou a SpaceX para o lançamento devido aos seus preços acessíveis e lançamentos frequentes de foguetes. Vieira distingue o seu projeto de satélite do Starlink da SpaceX, noting a diferença de propósito: o PoSat 2 oferece sistemas de mensagens curtas de baixo custo, enquanto o Starlink se concentra em internet de alta velocidade.
O evento de lançamento terá lugar às 18 horas, com o satélite a entrar em órbita às 18:48. O satélite levará de dois a três meses para alcançar a sua órbita final e começar a transmitir sinais.
Esta iniciativa faz parte de uma pressão mais ampla para desenvolver a indústria espacial portuguesa, incluindo a futura fábrica de satélites em Coimbra, que irá montar satélites adicionais até 2026.