Portugal já não é apenas um destino perfeito para postais — é um ponto estratégico para o trabalho remoto. Com mais de 320 espaços de coworking em todo o país, o país oferece mais do que infraestrutura. Oferece perspectiva: que o trabalho moderno não requer arranha-céus, mas sim conexão — com pessoas, propósito e lugar.
E enquanto Lisboa frequentemente lidera a narrativa, a verdadeira história é uma mudança nacional. O coworking está se tornando uma pedra angular do desenvolvimento regional, economias criativas e modelos de trabalho orientados para estilo de vida. Aqui está uma visão mais próxima do onde — e porquê — isso está a acontecer.
Lisboa
Com mais de 130 espaços de coworking, Lisboa é a capital de coworking de Portugal. Mais de 115 estão no centro da cidade, refletindo a densidade de startups, scaleups, agências digitais e equipas remotas em Lisboa. Estes espaços vão desde operadores globais a lofts boutique, muitas vezes alojados em edifícios reaproveitados com muita personalidade.
Os subúrbios de Lisboa estão a acompanhar. Áreas como Oeiras, Sintra e especialmente Cascais (casa de pelo menos 6 centros de coworking bem conhecidos) oferecem um equilíbrio entre tranquilidade e proximidade. Cascais, em particular, está a tornar-se rapidamente um enclave tecnológico e de trabalho remoto, com a sua costa, infraestrutura para expatriados e escolas internacionais criando um "Silicon à Beira-mar" com uma atmosfera.
Porto
A segunda maior cidade de Portugal é um modelo de reinvenção. Com mais de 100 espaços de coworking — cerca de 89 no centro e 14 em cidades próximas, como Matosinhos e Gaia — o Porto está a integrar inovação no seu tecido histórico.
Comunidades criativas e tecnológicas aqui desfrutam de acesso a talento das universidades, um ecossistema de capital de risco em crescimento e uma vantagem de custo em relação a Lisboa. Adicione o rio Douro, a profundidade cultural e o excelente vinho — e terá uma cidade que torna o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal parecer sem esforço.
Algarve
Mais conhecida pelas praias, o Algarve está agora a chamar a atenção de fundadores internacionais e freelancers. O distrito de Faro alberga 16 espaços de coworking, com centros de crescimento em Lagos, Loule e Aljezur. Estes espaços estão frequentemente integrados com coliving, alojamentos de surf ou retiros de bem-estar — refletindo um modelo híbrido de trabalho e estilo de vida.
Aqui, o trabalho remoto não compete com o lazer. Ele funde-se com ele.
Madeira
Quando a Madeira lançou a sua Aldeia de Nómadas Digitais em Ponta do Sol, enviou uma mensagem: o trabalho remoto pode ser um alavanca para o desenvolvimento regional. Hoje, a ilha apoia vários centros de coworking em Funchal e Calheta, com foco na comunidade, eventos e integração na vida insular.
O resultado? Um ecossistema auto-sustentável onde os nómadas permanecem mais tempo, contribuem mais e tornam-se parte do tecido local.
Os Açores
Os Açores, muitas vezes vistos como fora da rede, agora acolhem 5 espaços de coworking, incluindo um em Angra do Heroísmo. Este arquipélago oferece algo raro — solidão com estrutura. O coworking aqui ainda é de nicho, mas ideal para criativos, escritores, investigadores ou trabalhadores tecnológicos que necessitam de sossego e inspiração.
Coimbra
Com apenas dois principais centros de coworking, Coimbra pode parecer subdesenvolvida em comparação. Mas a sua força reside na qualidade em relação à quantidade. Ancorada pela universidade mais antiga de Portugal, os espaços de coworking da cidade frequentemente apoiam projetos de investigação, startups académicas e colaboração interdisciplinar.
Braga
Braga, sede de pelo menos 6 centros de coworking, é uma estrela em ascensão para jovens profissionais de tecnologia. Com fortes ligações universitárias (nomeadamente à UMinho), uma população estudantil vibrante e políticas de digitalização ao nível da cidade, está a atrair empreendimentos em fase inicial e trabalhadores remotos.
Aveiro
Aveiro, conhecida como a "Veneza de Portugal", está a aumentar a sua presença de coworking através de laboratórios de inovação e centros de startups. Com uma reputação em telecomunicações e IoT (graças à Universidade de Aveiro), oferece espaços focados em tecnologia que atraem engenheiros e nómadas digitais.
Com 9 espaços de coworking no total — 6 no centro da cidade e 3 em subúrbios próximos como São João da Madeira, Albergaria-a-Velha e Esmoriz — Aveiro equilibra estilo de vida com inovação.
Leiria
Uma vez conhecida principalmente pela fabricação, Leiria está agora a promover uma transformação digital. A região acolhe 12 espaços de coworking no total — 4 dentro do centro da cidade e 8 espalhados por cidades vizinhas como Peniche, Caldas da Rainha, Salir do Porto e Fátima. Os espaços de coworking estão a surgir em fábricas recuperadas e parques tecnológicos, visando conectar a indústria tradicional com o talento digital.
Subestimados mas em Ascensão
Mesmo nas áreas mais calmas e rurais de Portugal, o coworking começou a ancorar o desenvolvimento regional.
Aqui está um resumo:
Viana do Castelo – ~2 espaços, apelando a profissionais criativos e ambientais
Santarém – ~2–3, com ligações à agri-tech e incubadoras locais
Portalegre – ~1–2, em pequena escala mas vital para freelancers e fundadores em fase inicial
Guarda – ~2 centros de coworking, ligados à universidade e focados na comunidade
Castelo Branco – ~2, frequentemente apoiados por programas de inovação pública
Beja – ~2, impulsionados por subsídios de desenvolvimento regional
Évora – ~3–4 espaços, populares entre investigadores e projetos culturais
Faro (revisto) – a capital do Algarve continua a ser uma âncora sólida com os seus 6 espaços de coworking, equilibrando turismo e trabalho profissional durante todo o ano
Por que Portugal?
O que torna o ecossistema de coworking de Portugal único não é apenas o volume — é a distribuição e diversidade:
▪️︎ Clima e estilo de vida: Invernos amenos, um ritmo mais lento e uma vida centrada no bem-estar.
▪️︎ Acesso a talento: Universidades fortes e comunidades internacionais.
▪️︎ Acessibilidade: Ainda é mais competitiva do que a maior parte da Europa Ocidental.
▪️︎ Apoio político: Desde vistos para startups a parcerias público-privadas.
▪️︎ Hospitalidade cultural: Uma atmosfera acolhedora para cidadãos globais.
Portugal está a fazer mais do que apoiar o trabalho remoto — está a desenhar para isso. Desde grandes cidades a retiros rurais, o coworking já não é um nicho. É uma camada de infraestrutura — habilitando mobilidade, inovação e alinhamento de estilos de vida.
À medida que Portugal continua neste caminho, estabelece um novo precedente: que o futuro do trabalho não está apenas nas grandes cidades — está em todo o lado onde as pessoas querem viver bem e trabalhar de forma inteligente.
Prévia do próximo artigo:“Os Melhores Espaços de Coworking em Lisboa: Do Centro da Cidade aos Subúrbios Costeiros”