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Entrevista: Rui Duro - Country Manager, Check Point Portugal

“Zero Trust não é uma palavra da moda - é uma mentalidade.”

Rui Duro, Country Manager na Check Point Software Technologies Portugal, lidera as operações nacionais da empresa. Com mais de 30 anos em TI - incluindo duas décadas em cibersegurança - combina um profundo conhecimento técnico com liderança estratégica. Antes de gerenciar a Check Point Portugal, trabalhou como Engenheiro de Segurança, Consultor e em funções de transformação tecnológica dentro de uma das principais operadoras de telecomunicações de Portugal.

Nesta entrevista, Rui partilha a sua perspetiva sobre ameaças impulsionadas por IA, trabalho híbrido e por que a consciência humana continua a ser a defesa mais forte.

A Mudança da Face das Ameaças Cibernéticas


“Os atacantes evoluem tão rápido quanto a tecnologia,” diz Rui. A pandemia acelerou a digitalização, expandindo a superfície de ataque. Enquanto o email continua a ser o principal ponto de entrada, ele assinala o aumento do phishing, ofertas de emprego falsas e apps maliciosas que visam tanto indivíduos quanto empresas.

As PME melhoraram, mas ainda são “o elo mais fraco.” Muitas subestimam o risco ou veem a cibersegurança como demasiado cara, tornando-se alvos fáceis - ou degraus - para ataques maiores.

De Ameaças de Geração V para Ameaças de Geração VI


Entrámos na era dos ataques de 6ª Geração (Gen VI), impulsionados por IA e automação. “Essas ameaças são preditivas,” alerta Rui. “Para defender eficazmente, as empresas precisam de prevenção acionada por IA, não apenas deteção.”

A segurança deve agora ser holística - cobrindo redes, endpoints, nuvem e móvel. “Não é suficiente trancar uma porta,” acrescenta. “É necessário proteger toda a casa.”

Zero Trust e o Fator Humano

Para Rui, Zero Trust é uma mentalidade: “Nunca confie, sempre verifique.” A implementação requer autenticação de múltiplos fatores, controlo de acesso, monitorização contínua e sistemas integrados.

Mas a tecnologia sozinha não é suficiente. “Se as pessoas não estiverem cientes, até as melhores ferramentas falham,” diz Rui. Formação regular e sensibilização são vitais para se manter resiliente.

Uma Mensagem para as Empresas Portuguesas


“Levante a cibersegurança a sério. Os atacantes vão onde existe valor - dinheiro, dados ou acesso. Não espere. Prepare-se antes que aconteça.”

Um plano eficaz, enfatiza, equilibra Pessoas, Processos e Tecnologia, com a recuperação já em mente. “Assuma que será atacado,” conclui. “Isso não é pessimismo - é prontidão.”