O descontentamento está a crescer dentro das Infraestruturas de Portugal (IP) após a administração da empresa decidir aumentar os salários apenas para gestores e cargos nomeados, excluindo centenas de técnicos superiores. Mais de 230 funcionários assinaram uma carta aberta ao Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, denunciando o que chamam de uma “decisão discriminatória.”
Segundo os trabalhadores, a liderança da IP - presidida por Miguel Cruz - aprovou promoções e aumentos salariais este ano que beneficiaram apenas cargos de gestão, deixando de fora profissionais de longa data que desempenharam papéis-chave em grandes projetos nacionais como o PRR, PNI 2030 e o desenvolvimento de linhas de alta velocidade.
A carta destaca questões de estagnação de carreira, desigualdade salarial e cargas de trabalho excessivas, ao mesmo tempo que critica a concessão de bónus de 20% a novas contratações através de isenções de horas de trabalho negadas ao pessoal sénior que desempenha funções idênticas.
O Sindicato dos Trabalhadores de Infraestruturas Rodoviárias (STIR) solicitou uma reunião urgente com o ministro e será recebido a 29 de outubro. Os trabalhadores alertam que a atual política arrisca desmotivar as equipas e afastar talentos experientes da empresa pública, que supervisiona mais de 17 mil milhões de euros em investimentos em infraestruturas nacionais. Estão a exigir medidas de reconhecimento justas e transparentes para restaurar a confiança e a igualdade dentro da IP.
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