A Impresa, o grupo de meios de comunicação que possui a SIC e o Expresso, registou perdas recorde de 66,2 milhões de euros em 2024, uma queda acentuada em relação à perda de 2 milhões de euros em 2023. Para enfrentar desafios financeiros, o CEO Francisco Pedro Balsemão confirmou planos para vender a sede da empresa em Paço de Arcos e alugá-la de volta para reduzir a dívida e garantir liquidez financeira.
Principais Desafios Financeiros e Perdas
- Impairment dos ativos da SIC: Uma figura importante das perdas foi a depreciação de 58 milhões de euros da SIC devido a previsões de receitas mais fracas.
- Provisionamento legal: A empresa alocou 5,1 milhões de euros para disputas legais, incluindo a ação da GDA sobre direitos de artistas.
- Aumento da dívida: Apesar dos esforços para controlar a dívida desde 2008, a dívida líquida aumentou 13,3% desde 2023, principalmente devido ao aumento das taxas de juro e custos de emissão de obrigações da SIC.
- Queda da rentabilidade da SIC: A estação de TV viu uma queda de 42,2% nos lucros, registando apenas 4,8 milhões de euros em 2024, apesar de um crescimento de receitas de 0,9% (157,5 milhões de euros).
A Impresa está a lançar um plano de cortes de custos de 16 milhões de euros até 2028, focando-se em:
Produtividade de produção e automação
- Renegociação com fornecedores
- Reduções de custos gerais (automóveis, viagens, etc.)
- Reorganização e cortes de pessoal previstos, especialmente para trabalhadores em pré-reforma (sem indicar um número alvo de despedimentos).
O que vem a seguir para a Impresa?
Embora o grupo afirme que os seus principais ativos (SIC, Expresso) não estão à venda, os desafios financeiros e a dependência da venda de ativos destacam os desafios contínuos da indústria. A venda e arrendamento da sede segue manobras financeiras anteriores envolvendo a mesma propriedade, levantando preocupações sobre a estabilidade financeira a longo prazo.
Esta reestruturação marca um momento crítico para a Impresa, enquanto navega num cenário de meios de comunicação em dificuldades, com receitas publicitárias de TV em declínio e custos crescentes.