A IBM fez manchetes em 2023 após despedir cerca de 8.000 colaboradores, principalmente na sua divisão de RH, citando o lançamento da sua plataforma de IA proprietária, AskHR, desenhada para automatizar tarefas administrativas. Mas o que parecia ser uma redução drástica na força de trabalho transformou-se em algo completamente diferente.
De acordo com o CEO Arvind Krishna, as despedidas não se tratavam apenas de cortar custos — faziam parte de uma estratégia mais ampla de reequilíbrio da força de trabalho. Apesar das reduções, o número total de colaboradores da IBM efetivamente aumentou. “A IA permite-nos redirecionar investimento para áreas que necessitam de um toque humano — como engenharia de software, vendas e marketing,” disse Krishna ao The Wall Street Journal.
O AskHR agora gere 94% das tarefas de RH rotineiras, com mais de 11,5 milhões de interações em 2024, resultando numa eficiência de 3,5 mil milhões de dólares em mais de 70 funções. Entretanto, o Net Promoter Score da IBM subiu de -35 para +74, destacando o sucesso da transformação do ponto de vista da satisfação do utilizador.
A reviravolta? A IBM acabou por recontratar o mesmo número de pessoas que tinha despedido, apenas não nos mesmos departamentos. Funções focadas em criatividade, envolvimento com o cliente e implementação de IA tiveram prioridade — refletindo uma mudança de uma redução de pessoal para uma realocação de talento.
A lição? A automatização, quando feita corretamente, não apenas elimina empregos — transforma a força de trabalho. A mudança da IBM serve como um modelo para as empresas que procuram adotar a IA sem sacrificar o crescimento ou o valor humano.