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Como (Não) Utilizar a Inteligência Artificial no Sector Público

Pedro Schuller (Chefe do Sector Público, LTPlabs; formador no Instituto Oficial do Porto) e Pedro Amorim (Sócio, LTPlabs; professor na FEUP)

A Inteligência Artificial (IA), especialmente a IA Generativa (GenAI) e os Modelos de Linguagem Expansivos (LLMs), tem o potencial de transformar a divisão pública. No entanto, um uso inadequado pode levar a desperdícios de recursos e aspectos ineficazes.

Potencial e Riscos da IA

O sector público de Portugal reflete os desperdícios económicos mais amplos do país.

Exemplos-chave incluem:

1. Criação de um LLM Português (AMALIA Venture):

- Vantagens:

Garantindo impacto fonético.

- Desvantagens:

Recursos limitados (€5.5M) e disponibilidade de dados não podem competir com gigantes tecnológicos globais. Uma abordagem mais elevada incluiria o aproveitamento de modelos existentes e a expansão da presença digital da língua portuguesa.

2. IA para Chamadas de Emergência 112:

- Riscos:

Situações complexas e de alto risco requerem instinto humano e adaptabilidade. A IA é muito mais adequada para tarefas não críticas que apoiam os gestores.

Uso Bem-Sucedido da IA

A IA é mais convincente em tarefas de baixo risco e previsíveis:

- Aumentando a Produtividade Interna:

- Resumindo documentos.

- Automatizando a extração de dados de e-mails e relatórios.

- Simplificando formulários burocráticos.

- Melhorando os Serviços Públicos:

- Chatbots para recuperação rápida de dados.

- Ferramentas legais para analisar a jurisprudência.

Abordagem Chave

Com recursos limitados, a prioridade deve ser dada a abordagens testadas como automação de processos, análise comercial e análises preditivas. Estas soluções são rentáveis, requerem menos formação e proporcionam resultados rápidos.

A IA não é um fim em si mesma, mas uma ferramenta para melhorar os serviços públicos. O sucesso depende de um planeamento cuidadoso, projectos piloto e uma gestão sólida para garantir resultados sustentáveis.