A startup portuguesa DareData está a transformar o Departamento Jurídico da NOS com uma plataforma alimentada por IA chamada Gen-os, com o objetivo de automatizar até 80% das tarefas legais repetitivas, libertando 640 horas de trabalho por mês para trabalhos mais estratégicos. A solução utiliza uma abordagem de “humano no circuito”, garantindo que as decisões da IA sejam monitorizadas e orientadas por pessoas, especialmente quando o risco de erro é elevado.
A plataforma lida com solicitações rotineiras por email puxando dados de sistemas internos e elaborando respostas precisas, um processo que era anteriormente manual. Com o tempo, a DareData espera que o Gen-os trate até 95% dessas tarefas, enquanto sinaliza consultas ambíguas ou de alto risco para revisão humana. Esta filosofia, diz o cofundador Ivo Bernardo, reflete a sua crença de que a automação total em sistemas complexos é arriscada e raramente viável.
O Gen-os também inclui um mecanismo de feedback para detectar pontos cegos da IA, permitindo que as empresas aprimorem o desempenho em áreas fracas. Já está a ser utilizado para apoio ao cliente, com “agentes” de IA modulares especializados em tarefas como consultas a base de dados ou redação de emails, que podem até colaborar entre si.
Bernardo enfatiza a cautela: “Não acreditamos na automação a 100%. A IA ainda comete erros — e quando o custo desses erros é elevado, as pessoas precisam de estar envolvidas.”