Os credores da empresa tecnológica Decsis, com sede em Évora, decidirão a 13 de Novembro se a empresa deve continuar a operar ou avançar para liquidação. O administrador da insolvência, Bruno Costa Pereira, indicou que a liquidação é o resultado mais provável.
De acordo com Costa Pereira, a maioria dos cerca de 200 funcionários da Decsis já deixou a empresa, com apenas a equipa do Data Center de Évora ainda presente. Ele assinalou que o principal negócio da empresa - fornecer serviços e equipamentos de TI através de crédito comercial - colapsou quase imediatamente após a sua ligação à “Operação Nexus” causar o corte das linhas de crédito por parte dos parceiros.
“A única solução para a empresa é liquidadar os seus ativos,” disse Costa Pereira, acrescentando que os credores poderão ser solicitados a permitir que o Data Center continue a operar enquanto os ativos da empresa, incluindo o Data Center e imóveis, são vendidos para reembolsar os credores.
A Decsis foi declarada insolvente pelo Tribunal de Évora a 15 de setembro de 2025, após graves problemas de fluxo de caixa relacionados com a Operação Nexus, uma investigação judicial sobre alegações de corrupção e fraude na aquisição de TI por universidades e escolas públicas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (RRP). A operação, realizada a 8 de julho, levou a seis prisões, incluindo funcionários e administradores de uma empresa de tecnologia e um funcionário público.
O total de passivos da empresa ronda os 10 milhões de euros, com 6,5 milhões de euros devidos a credores não relacionados e 3,5 milhões de euros a empresas relacionadas. Muitos funcionários suspenderam ou terminaram contratos devido a salários em atraso, enquanto alguns transferiram-se para outras empresas para manter o seu emprego.
A reunião dos credores está agendada para 13 de novembro às 14:00 no Tribunal Judicial de Évora. As decisões tomadas lá determinarão se a Decsis continua qualquer atividade ou avança para liquidação total.