Álvaro Fernández, que lidera a Michael Page Portugal desde 2008, descreve o atual panorama de recrutamento como o mais desafiador que viu em duas décadas. Numa recente entrevista ao Expresso, o executivo veterano reflete sobre o quanto o mercado evoluiu — e como se tornou difícil encontrar talento em todos os setores, não apenas em áreas especializadas ou de alta qualificação.
“Esta é a primeira vez que vemos desafios de contratação tão generalizados — desde funções de entrada até posições altamente qualificadas,” afirmou Fernández.
Tendo trabalhado à frente das operações da consultoria de recrutamento em Portugal durante quase 20 anos, o líder nascido na Espanha destaca como as atuais faltas de talento afetam indústrias, geografias e níveis de senioridade. O que costumava ser isolado a setores como tecnologia ou engenharia tornou-se agora um problema sistémico no mercado de trabalho.
À medida que as empresas em Portugal e além continuam a adaptar-se a novas realidades económicas, às mudanças nas expectativas da força de trabalho e à alteração nas prioridades dos colaboradores após a pandemia, a indústria de recrutamento enfrenta uma nova era de complexidade — uma que exige agilidade, insights mais profundos e uma reconsideração dos modelos tradicionais de contratação.