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Empresa Portuguesa EAD Foca na Bolsa de Madrid Após Fusão Estratégica e Expansão em Espanha

A EAD, a principal empresa de gestão de arquivos e documentos de Portugal, está a posicionar-se para uma cotação na Bolsa de Madrid até 2028. Como parte do seu roteiro estratégico, a EAD fundiu-se com a Papiro—uma empresa adquirida em 2020—para ganhar a escala necessária para futuras aquisições e entrada no mercado de capitais. O CEO Paulo Veiga, que mantém uma participação de 30% na empresa, prevê um volume de negócios de 50 milhões de euros como marco para a abertura de capital em Espanha.

“Deixámos de focar em pequenos jogadores regionais. O futuro está em tratar a Península Ibérica como um único mercado,” disse Veiga à ECO.

A estratégia de crescimento inorgânico da EAD está focada na aquisição de concorrentes em Espanha para solidificar a sua posição entre os cinco principais actores no sector da gestão de documentos. Os alvos actuais incluem empresas um pouco abaixo da escala do líder de mercado Iron Mountain, como Adea, Servicio Mobil, Docout e AGS Records Management.

Com a Deletedoc (Barcelona, Madrid, Valência, Bilbau) e a DID Confidencial (Pontevedra) já sob a sua alçada, a EAD está a consolidar activamente a sua presença em regiões-chave de Espanha. Os investimentos mais recentes do grupo incluem 1,5 milhões de euros para duas novas armazéns no Porto e a contratação de 44 novos colaboradores, reforçando o seu impulso estratégico no norte de Portugal e na Galiza.

A fusão com a Papiro visa unificar operações, marcas e serviços ao cliente sob uma estrutura de grupo mais forte e eficiente. A Papiro continuará a operar como uma marca especializada na gestão de correio, desmaterialização de documentos, destruição segura de documentos, logística expressa e soluções de acabamento em ciclo completo. A unidade é liderada por Daniel Alves, que destacou o crescimento e a inovação dentro do sector de serviços documentais em evolução, desafiado pelas tendências de cloud e centros de dados.

A EAD prevê uma receita de 18 milhões de euros para 2025, construindo sobre 14 milhões de euros em 2024, quase o dobro dos 7,8 milhões de euros registados em 2023. O mercado global de custódia de informação e gestão de documentos está avaliado em 7 mil milhões de euros, e a EAD pretende expandir a sua quota de forma agressiva.

Questionado sobre potenciais ofertas de aquisição, incluindo abordagens da Iron Mountain, Veiga respondeu de forma directa: “Várias vezes. Eu não sou um vendedor.”

As próximas movimentações da EAD e as ambições de IPO em Madrid não refletem apenas uma estratégia de expansão, mas um esforço ousado para se posicionar como um líder pan-ibérico numa indústria em transformação.