“Estávamos no nosso cantinho em Guimarães, sem à procura de investidores, e depois apareceu um grupo basco. Destacámo-nos entre 60 empresas espanholas.”
Foi assim que Joel Alves - co-fundador da Sentinel — descreve o momento inesperado em que uma pequena e resiliente equipa do norte de Portugal chamou a atenção da Mondragon, o gigante industrial espanhol que posteriormente adquiriu uma participação maioritária.
A Sentinel Vision, criada há cinco anos por Joel Alves e Álvaro Oliveira, desenvolveu um sistema que utiliza câmaras e software proprietário para monitorizar produtos diretamente nas linhas de produção das fábricas. Os seus “sentinelas” já estão a trabalhar em grandes empresas portuguesas como a Navigator e a Corticeira Amorim, bem como em fabricantes internacionais que operam em Portugal.
Numa entrevista para a Liga dos Inovadores do Expresso, Joel explica como a resiliência da equipa, a cultura e a abordagem orientada para resultados convenceram grandes grupos a confiar numa jovem empresa com uma parte crucial das suas operações. O crescimento da Sentinel tem sido constante e incomum para uma startup:
“Percebemos no Web Summit que não éramos uma startup normal - somos mais como um rinoceronte. Temos sido lucrativos desde o primeiro ano e crescemos com base nesses resultados.”
“Vendemos a nossa primeira solução usando apenas um PowerPoint. O software ainda era imaturo, mas o cliente confiava em nós.”
O que começou como uma pequena operação baseada em Guimarães tornou-se agora parte de um dos grupos industriais mais respeitados da Europa — prova de que a deep-tech construída com determinação, clareza e consistência pode ofuscar concorrentes mais chamativos.