A Lauak, fornecedora francesa de componentes aeronáuticos com fábricas em Setúbal e Grândola, está a explorar novas oportunidades de investimento para alimentar o crescimento internacional. O interesse vem de todo o mundo — incluindo a Lohia Aerospace Systems da Índia, segundo a Bloomberg.
Fundada no País Basco francês, a Lauak reportou €210M em receitas em 2024, opera 10 fábricas em todo o mundo e fornece a gigantes da indústria como a Airbus e a Bombardier. O CEO Mikel Charritton confirmou que a empresa está aberta a uma participação minoritária de um fundo de investimento ou a uma aquisição majoritária por um parceiro industrial, com discussões em andamento com entidades europeias, americanas e indianas.
As operações em Portugal são vistas como estratégicas — valorizadas pela sua proximidade com os clientes europeus, mão de obra qualificada e ambiente favorável aos investidores. No entanto, Charritton observou que o financiamento bancário tradicional limita um maior crescimento sob um modelo familiar, dizendo: “Se quisermos continuar a crescer, precisamos abrir capital.”
As crescentes ambições aeronáuticas da Índia tornam-na um parceiro natural. Além da Lohia, a Mahindra & Mahindra está supostamente a avaliar a Figeac Aero, outra empresa francesa de aeroespacial. A tendência reflete uma mudança estratégica mais ampla da China para a Índia em meio ao aumento das tensões comerciais.
À medida que a Lauak visa expandir-se em países de baixo custo como o México e a Índia, ao mesmo tempo que reforça a sua presença europeia, as fábricas portuguesas podem ganhar nova relevância. A entrada de capital estrangeiro pode ainda posicionar Portugal como um hub industrial chave na aviação europeia — desde que mantenha a competitividade e a estabilidade.