Cinco altos gerentes da Bosch em Portugal, incluindo Carlos Ribas, que liderou as operações da empresa durante nove anos, foram demitidos por alegada má conduta grave relacionada com a receção indevida de subsídios europeus. O incidente gira em torno do projeto de inovação THEIA, desenvolvido em colaboração com a Universidade do Porto, que visava melhorar as capacidades sensoriais dos veículos autónomos.
O projeto, que começou em julho de 2020, recebeu cerca de 17 milhões de euros em apoio público de um total de 28 milhões de euros de investimento. No entanto, surgiram problemas quando se descobriu que alguns dos 55 trabalhadores contratados para o projeto, cujos salários eram parcialmente financiados por subsídios públicos, estavam a trabalhar em outros projetos. Carlos Ribas tomou conhecimento do problema e relatou-o ao escritório de conformidade da Bosch, que iniciou uma investigação interna.
Apesar da aprovação inicial da empresa para processar o pedido de pagamento final, a empresa-mãe da Bosch lançou uma nova investigação sobre o caso. A investigação acabou por levar à demissão dos cinco diretores com justa causa, significando que não tinham direito a indemnização ou subsídio de desemprego. Quatro dos supervisores demitidos apresentaram queixas contra a Bosch, exigindo compensação pelas suas demissões.